quarta-feira, 2 de novembro de 2011

COMVIDARTE

Este blog vai ficar inactivo.


Porquê? Ora porque sim!! E para quem já está praí a dizer que porque sim não é resposta aqui vai ela:


O blog de artes, letras, vida e coisas passou a chamar-se "comvidarte, wordpress.com".


Estão todos convidados a juntarem-se a mim.
Porque todos os gostos se discutem. Não é verdade? E como! E como
http://www.comvidarte.wordpress.com



Lá vos espero.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

NÃO ME DEÊM DESTA MÚSICA!



Já não é novidade a minha paixão pelos musicais. Por isso não admira que ao ver anunciada a adaptação para musical da obra do Mário Zambujal – Crónica dos Bons Malandros – tenha de imediato decidido que não a perderia por nada deste mundo.
Foi por pouco! Afinal o “ Musical” só esteve quatro dias em cena no Rivoli.
No final percebi porquê!

O Guião a encenação e a Direcção de actores esteve a cargo de Francisco Santos cujo currículo informa ter relações estreitas com A Really Useful Group de Londres , que ao que se fica também a saber, tem como mentor Andrew Lloyd Webber. Ora este último não precisa de qualquer tipo de apresentação. Ele é o Sr. Musical. Pena que o discípulo português tenha aprendido tão pouco com o mestre!

São duas horas de sofrimento contínuo!! Pergunto-me o que terá dito o Mário Zambujal ao ver os seus Bons Malandros assim maltratados! Bem… conhecendo-o dos escritos como o conheço, deve ter achado uma anedota e como tal riu-se. Seguramente!
Os actores /cantores tinham muito boa vontade, á maneira portuguesa. Esforçaram-se sem dúvida. Mas ali não havia esforço que vingasse!!
Algumas boas vozes destacavam-se na cacofonia que se gerava entre uma orquestra que abafava as três ou quatro árias do “ musical”! Ó meus caros um musical é exactamente isso: música, árias! Os diálogos ( tão fraquinhos, Deus meu! Não acredito que o Zambujal tenha ali tido dedo! Não pode!!)num musical aparecem muito esporadicamente. São apontamentos, não são a espinha dorsal do espectáculo. Aqui inverteram-se as coisas. As canções, sem grande melodia ou letra, não chegaram ameia dúzia e nenhuma fica no ouvido. E essa é uma das características dum Musical : há uma ária que fica para sempre no ouvido. Aqui houve uma tentativa com “ O circo da vida a vida de circo” mas que não resultou de todo, mal grado as boas vozes de Catarina Ribeiro, Nicola Lopes e de Diogo Lima.
O corpo de baile, constituído segundo o programa , por seis elementos ( eu juro que só me apercebi de quatro mas… ok) era confrangedor! Não se entende o contexto e os bailarinos são mais acrobatas que outra coisa.
Querem que eu fale da cenografia? Não. Não me parece !!






















A nota positiva é que há vontade de fazer este tipo de espectáculo em Portugal. Mas para isso como para tudo, é preciso escola. Aprender com quem já fez um percurso, adaptar como fez o La Feria ( apre que até parece que sou agente do sr. Não sou! Mas tenho que reconhecer que qualquer um dos espectáculos que levou à cena foram orgulhosos sucessos no nosso pequeno panorama cultural). Temos material para isso. Veja-se que em Londres é uma voz portuguesa quem dá corpo à figura principal do Fantasma da Ópera.
Os três elementos que destaquei têm potencial! Precisam de alguém que os saiba orientar. Não basta ter estado sentado ao lado do Andrew porque nem o talento nem o conhecimento passam por osmose.
E não me venham para cá com a velha história dos apoios!!! A lista neste caso até é bem gordinha! Mas com ovos tanto se pode fazer omeletas, ovos mexidos, estrelados, ou podres. É tudo uma questão de ter talento para a coisa!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DO YOU HEAR THE PEOPLE SING?





E vão nove!!Bem assim por alto emais coisa menos coisa.
O certo é que é fatal como o destino: ida a Londres implica ver Les Miserables!!
Acontece que já prevendo a crise ( eu sou muito previdente benza-me Deus!!) comprei há uns anos o cd do musical e aqui há tempos mandei vir um DVD com o dito.
Está bem de ver que não é a mesma coisa e só digo que é a nona vez ( mais dedo menos dedo ) que assisto ao musical por imposição dos meus filhos, que levaram ( again!) com a música em pleno lá em casa, durante as duas horitas do espectáculo. Mas aqui entre nós esta não conta para a estatística.
Foi precisamente a crise, essa palavra que já enjoa, que nos atormenta, nos deprime e que já não podemos ouvir, que me levou a meter o DVD no leitor e a deixar-me embalar por um musical que é doce e terno ( os temas Dreamed a Dream; ou a Castle on a Cloud) , empolgante e vibrante ( quem consegue não sentir o grito de revolta dentro de si, nos temas One Day More e o Do You Hear the People Sing ) e que fala de revolução .
Da revolução dos oprimidos, dos que se cansaram de serem a escória da sociedade, dos que levantaram pela primeira vez os ideais de Liberdade , Igualdade e Fraternidade, ideais que nos andam tem arredados…
Mas talvez não seja aqui o melhor local para falar dum tema que nos levaria longe : a injustiça social que nos levou ao circulo infernal e ininterrupto de crise /injustiça social /crise e assim ad náusea.
Retornando ao Les Miserables um pequeno preâmbulo: sou pura e simplesmente viciada em musicais!!! Minha mãe, cuja cultura não vai além do equivalente ao nosso 9º ano, sempre teve uma paixão por ópera, para desespero do meu pai que, se bem que mais habilitado academicamente, nunca entendeu como se podia gostar duns tipos que cantavam como se não houvesse amanhã e ainda por cima numa língua que, estava desconfiado!, nem eles mesmos entendiam. Daí algumas discussões e muitas vergonhas passadas pela minha mãe perante o ruído de fundo pouco discreto do ressonar tranquilo da cara metade.
Adiante…está porventura explicada esta minha paixão, que se estende, naturalmente à ópera dita clássica .
A primeira vez que vi o Les Miserables – para quem não sabe ( e quem é que não sabe ora!) trata em ópera a obra magistral de Vitor Hugo – o que mais me fascinou, para além obviamente das melodias ( levei semanas a trautear o Who Am I!) , foi a cenografia.
Todo o palco se transforma perante a assistência, sem que qualquer cortina seja baixada. Há até personagens que mudam de roupa e maquilhagem sem abandonarem a cena. Assim vemo-nos perante uma fábrica que se transforma numa rua degradada , para em seguida ser taberna , passar a palácio, de novo a taberna e a barricada apenas e só com movimentação de módulos e jogos de luzes. Fascinante!!
Este musical que já correu Mundo e completou agora 25 anos de cartaz ininterrupto, ainda não deu à costa portuguesa. E se aqui há alguns anos pediria aos céus que tal não acontecesse com medo duma valente decepção que arranhasse a paixão que lhe devoto, hoje anseio que o mesmo seja adaptado e apresentado ao público português.
O que me fez mudar de ideia? O La Féria. Exactamente! Esse mesmo!
Eu que, por puro preconceito não ia com a cara do homem, rendi-me totalmente à sua adaptação do Jesus Christ Superstar que não deve nada , nada , às grandes produções estrangeiras.
Mas agora ao que parece e mercê da crise o sr. La Féria anda desaparecido, quiçá desiludido com esta corja para quem a cultura é qualquer coisa que nasça na terra .
Talvez seja esta a altura ideal para trazer Les Miserables à cena, que lhe parece?
Já agora guarde as cinco primeiras filas para os nossos ilustres e na maioria analfabetos, políticos, politólogos e outros ólogos da nossa pracinha. Quem sabe não aprendem alguma coisa.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A SERPENTE NO PARAÍSO DAS CORRENTES DE AR



















































E pronto lá fui ver o último da trilogia Millenium, desta vez a “ Princesa do Palácio das Correntes de Ar”.
Se já tinha gostado dos anteriores, este deixou-me uma enorme nostalgia pois que… destes não há mais!

Mas retrocedamos no tempo.
Verão de 2009 . Uma readercolick como eu falou-me nos livros Millenium como sendo o Top do ano. Eu que já os tinha visto nos rankings das diversas livrarias ( corro-as todas: desde a boa velha e sempre Bertrand, à novíssima WOOK passando pela inevitável FNAC com saltos aos escaparates de Continentes, Jumbos e quejandos) torci o nariz. Francamente não me via a comprar um livro que soava a banco e inda por cima tinha como títulos “ Os Homens que Odeiam as Mulheres ou “ A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo” ( na altura ainda não me tinha cruzado com o terceiro!).
Mas como tenho em altíssima conta a opinião da minha amiga F.P., piquena mais que conhecida nas editoras como leitora com L maiúsculo, vá de comprar o primeiro volume, só para não jurar falso.
Resultado: oito dias depois estava de volta com os dois outros volumes, amaldiçoando a minha mania de julgar um livro pela capa que me tinha feito perder o pacote promocional.
No final fiquei com a firme convicção que tal como Shakespeare dizia em Hamlet : “ Há algo de podre no reino da… Suécia”.
O sistema jurídico e as ligações de extrema direita que se movimentam mais ou menos sub-reptícias na sociedade Sueca, são magistralmente denunciadas por Stieg Larsson .

Jornalista e sócio da revista EXPO, Larsson destacou-se como activista político e jornalista de investigação sobre os movimentos de extrema direita nos países Escandinavos ( Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia e Filândia ). Está bem de ver que tal actividade não lhe granjeou grandes amizades antes lhe valeu ameaças de morte que alguns julgam terem sido cumpridas, não acreditando na providencial morte por ataque cardíaco aos cinquenta anos, dias após ter entregue o terceiro livro da saga, não obstante ser conhecido como fumador inveterado.
Sem querer participar em नेन्हुमा teoria da conspiração, há de facto coincidências difíceis de aceitar. Aparentemente existiria um projecto não duma trilogia mas de cinco volumes sobre o assunto ( há quem diga que dez, mas pronto fiquemo-nos pela metade), projecto esse conhecido não só da editora como da sua companheira Eva Gabrielsoon, que afirma ter na sua posse o manuscrito dum quarto volume .
Certo é que a personagem Mikael Blomkvist, reveste um carácter muito biográfico e as situações de violência contra mulheres, corrupção e tráfico deixam o reino da Suécia numa posição pouco confortável. E as piscadelas de olho á morte de Olaf Palmer que perpassam pela obra, atribuída a uma extrema direita tolerada e camuflada pelo governo, também não ajudam e reacendem a polémica em torno da morte de Stieg Larsson.

Concretos e incontornáveis, são os livros que nos deixou e que merecem uma leitura cuidadosa, após o que acabamos por concluir que nada parece o que é .

Por regra recuso-me a ver filmes baseados em livros que entretanto tenha lido. Cada um de nós é um realizador na sua cabeça e raríssimas são as vezes em que o nosso filme coincide com o da tela.
Estes são uma dessas raríssimas ocasiões! O realizador Niels Arden Oplev ( do qual nunca até então ouvira falar!) conseguiu com atores completamente desconhecidos do grande público Michael Nyqvist, e Noomi Rapace respectivamente nos papéis de Mikael Blomkvist e de Lisbeth Salander, prender-nos ao ecran, seguindo fielmente a trama traçada pelo autor e fazendo-nos abstrair duma língua que parece feita de sobressaltos. Os mesmos que dão corpo à história e que tanto devem ter incomodado a sociedade Sueca e o governo de Estocolmo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UM ECO NO FEMININO







Ontem finalmente consegui um tempinho para começar a rever o filme “ Munique” que tinha gravado ( bendito MEO!!!) na semana passada.
Tinha-o visto no cinema quando saiu e deixou-me uma impressão tão forte que quis revê-lo.
Mas não é do filme que quero escrever hoje , até porque o tempo foi mesmo “inho” e ainda não terminei. Quem sabe hoje… Fica prometida uma análise em post próximo.

O que aconteceu foi que, por uma daquelas associações de ideias sem conexão, dei por mim  a pensar numa autora infelizmente pouco conhecida e que está na minha lista de grandes autores.

Fomos “apresentadas” em 2001 em Paris depois dum dia a deambular pelas ruas e ruelas, revendo velhos recantos, re e descobrindo outros.
O corpo a pedir-me descanso antes de jantar e eu vá de zappar no televisor do hotel , estendida na cama , naquela semi inconsciência de olhar sem ver.
Eis senão quando num qualquer programa um critico literário profere a seguinte frase: “Eliette Abecassis pode ser comparada a Umberto Eco”. Dei, literalmente, um salto! Os franceses não são propriamente conhecidos por fazerem elogios, mesmo quando se trata de compatriotas e ali estava aquele homem , com o ar mais intelectual e francês que se possa ter a tecer rasgados elogios a uma “ garota” de 32 anos, comparando-a a uma das grandes figuras do espectro filosófico /literário.
Está bem de ver que antes de jantar arranjei maneira de passar pela FNAC de Les Halles e comprar um livro da dita senhora.
E foi assim que me chegou às mãos “ QUMRAN” que me obrigou a passar essa noite em claro. Não conseguia colocá-lo de lado de maneira nenhuma e aproveitei a minha solidão para me deixar envolver por uma escrita que, se não tem a maturidade dum Eco tem, em contrapartida a frescura que àquele falta.
Tal como em “ O Nome Da Rosa”,  Eliette esconde um romance de profundo simbolismo histórico e esotérico , num aparente policial.
Nascida numa família sefardita em Estrasburgo e filha dum reconhecido professor de filosofia na universidade de Bordeaux, considerado como um dos grandes pensadores do judaísmo, Eliette cresceu num ambiente profundamente religioso e fortemente impregnado da cultura judaica. Esse seu conhecimento transpô-lo para os seus livros onde o simbolismo, quer cabalístico, quer esotérico, se entrelaçam numa trama profunda mas de fácil e prazeirosa leitura.
Em Portugal só encontrei dois títulos traduzidos “ QUMRAN- O MISTÉRIO DOS MANUSCRITOS DO MAR MORTO” e “ A ÚLTIMA TRIBO”. Creio ter visto algures O TESOURO DO TEMPLO em versão brasileira.  Confesso que sempre que posso e sei leio nas versões originais.
Estes três títulos  rondam em torno de Ary Cohen, um personagem que encarna simultaneamente o investigador/espião, aventureiro e o homem profundamente religioso, iniciado nalguns dos mais profundos mistérios, que se questiona, se angustia perante o desconhecido, que se transforma pelo conhecimento do que o rodeia e de si mesmo.
Eliette podia ter ficado por aqui e explorar este  filão, como o fazem muitos autores ao criarem uma personagem e em torno dela  rodopiarem uma e outra vez.
Mas não! Cada obra surpreende-nos e é a sua capacidade de incorrer por caminhos vários, que atrai o leitor e o faz respeitá-la como a grande escritora que é.

A fim de escrever o argumento para um filme israelita de Amos Gitaï – Kadosh- instala-se durante seis meses no bairro ultra ortodoxo de Mea Sharim em Jerusalém e ali escreve um dos mais fortes e objectivos romances sobre a condição feminina no seio da comunidade ultra ortodoxa judaica: La Repudiée.
Não farei a sinopse do livro . Nem deste nem dos outros.
Apenas subscrevo o juízo feito pelo crítico francês.


BIBLIOGRAFIA

QUMRAN – (Traduzido em Português)


L’OR ET LES CENDRES – (?)

PETIT MÉTAPHYSIQUE DU MEURTRE ( ensaio) (?)

LE TRÉSOR DU TEMPLE(?)

LA REPUDIÉE (?)

LA DERNIER TRIBO – (Traduzido em Português)


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

UM AMOR SEM FIM




Sou uma leitora compulsiva! É oficial e de há muito notório! Sou das que não toma o pequeno almoço sem ter à frente qualquer coisinha por onde passar os olhos, seja jornal, revista, livro ( menos, que àquela hora os olhos ainda estão pisquitos) ou em último recurso a embalagem dos cereais.
Gosto de ler, pronto!
Mas não se pense que engulo tudo o que leio ou que não sou crítica q.b.! Pior: sou extremamente critica! Além de que sou de amores e ódios.
Autor que não me cative à primeira dificilmente me voltará a ter no rol dos leitores! E podem dizer-me que de facto evolui e coisa e tal. Não há maneira!
Mas o contrário também acontece. Quando encontro um autor por quem me apaixono é quase doentio. É doentio!!! Leio tudo, até ter que parar por enjoo de estilo, entremear com outros para mais tarde voltar, como quem retoma um velho amor.
Adoro ver como evoluem na forma como pintam cada frase, cada discrição. Como se tornam de inseguros autores de livrinhos a galardoados com best sellers. Sinto-me quase parte desse triunfo! Apetece-me dizer: “Ah e eu que o conheci tão pequenino e é vê-lo agora. Orgulho da sua leitora!”
De momento estou numa relação reatada com o Ken Follett .
Depois de ter visto a série OS PILARES DA TERRA, livro pelo qual eu passava sem que ele me escolhesse  ( vá lá saber-se porquê! ), decidi-me a ler, não esses mas os anteriores, os livros antes da consagração.
Foi paixão á primeira leitura! Há um estilo corrido jornalístico que imprime às histórias uma dinâmica que nos enlaça e arrebata, sem nunca perder o cunho da escrita de autor. Coisa que muito jornalista da nossa pracinha bem podia aprender! Sim que ser bom jornalista , ou nalguns casos assim-assim, não lhes confere o dom da escrita e muito menos o título de escritor.
Mas voltemos ao Ken Follett.
O que me atrai nos seus livros é o profundo conhecimento dos temas que aborda, quer ao nível histórico, quer geográfico, quer sociológico, incutindo-lhes uma forma tão singela e ao mesmo tempo tão real e profunda que quase poderíamos cruzarmo-nos com uma qualquer personagem ao virar da esquina.

Foi assim com O VALE DOS CINCO LEÕES; O HOMEM DE S. PETERSBURGO; NOITE SOBRE AS ÁGUAS e NOME DE CÓDIGO LEOPARDA.
Aí já estava perdidamente apaixonada e entreguei-me: A QUEDA DOS GIGANTES  foi num ápice. Felizmente que ainda não tinha saído o segundo porque me poupou a fase do enjoo e naveguei para outras águas.
Mas um velho amor é difícil de morrer e eis-me aqui agarrada a UM MUNDO SEM FIM  até às tantas da madrugada, apagando o candeeiro relutantemente e sonhando em como deve sentir-se um pequeno deus quem assim cria.




 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A SAGA DO REI QUE RETORNA

Quem me conhece sabe: tenho seguramente todos os livros publicados em Portugal sobre a saga e as lendas arturianas, além de umas boas dezenas em língua estrangeira, muitos deles duplicando os traduzidos.
Enfim a cada um as suas idiossincrasias,as suas manias e a minha é esta.
Fascina-me a história  dum rei que, em plena idade média, teria construido um reino baseado numa  democracia parlamentar em torno duma Távola Redonda.
Fascinam-me os valores da ética, do governar para o povo e pelo povo, da noção de deve, talvez porque se perderam na noite dos tempos.
 Atrai-me todo o símbolismo em torno da história, desde uma espada que só se deixa possuir por um coração valente , puro e justo até à ligação da terra com o seu rei, sendo que uma está intrinsica e irremediavelmente ligado ao outro e vice versa.
Intriga-mee maravilha-me o papel das várias mulheres que perpassam por toda a história, como peças essenciais duma trama que termina com a morte do rei e do reino deixando para trás o sonho do retorno do rei.
É um sonho que perpassa por todo o ideário ocidental: vêmo-lo no nosso D. Sebastião,, que voltará numa manhã de nvoeiro, temo-lo no Cristo que ressuscitará. E em todos os casos a Terra, o reino será redimido.
Está bem de ver que a história do Rei Artur na passa duma lenda. Pelo menos não existe qualquer referência à sua existência nem mesmo no célebre "THE HISTORY OF KINGS OFBRITAIN" de Geoffrey de Monmouth. Mas e se não fosse? E se Arthur não fosse mais do que uma corruptela de Ab Uther ( filho de Uther ) este último perfeitamente reconhecido como tendo existido?
Bom mas como não tenho pretensão a historiadora,vou-me limitando a ler e a ver o que se vai fazendo em torno deste assunto. Está bem de ver que tenho tido alguns amargos de boca. O último foi a longa metragem Arthur uma americanada indiscritível.
A Fox apresenta-nos agora ao Domingo à noite a série CAMELOT que , até ver se revelou duma seriedade quer ao nível da história quer ao enquadramento histórico que passa por um belo guarda roupa e a uma recriação de época, irrepreensivel.
A não perder.